Em reunião realizada na AIL com o presidente Raimundo Trajano, confrade Salvio Dino - (genitor do Exmo. Governador Flávio Dino), confreira Antônia Arlene, confrades Francisco Itaeço, Gilmar Pereira e outros, vemos ao centro José Herênio discutindo o projeto de sua autoria, que visa a implantação do MARCO ZERO de Imperatriz.


Foi Deus Quem Fez Você

Amelinha


Foi Deus que fez o céu, o rancho das estrelas
Fez também o seresteiro para conversar com elas
Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos
E a serpente que expulsou mais de um milhão do paraíso

Foi Deus que fez você, foi Deus que fez o amor
Fez nascer a eternidade num momento de carinho
Fez até o anonimato dos afetos escondidos
E a saudade dos amores que já foram destruídos
Foi Deus

Foi Deus que fez o vento que sopra os teus cabelos
Foi Deus quem fez o orvalho que molha o teu olhar, teu olhar
Foi Deus que fez a noite e um violão plangente
Foi Deus que fez a gente somente para amar, só para amar
Só para amar

Foi Deus que fez o céu, o rancho das estrelas
Fez também o seresteiro para conversar com elas
Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos
E a serpente que expulsou mais de um milhão do paraíso

Foi Deus que fez você, foi Deus que fez o amor
Fez nascer a eternidade num momento de carinho
Fez até o anonimato dos afetos escondidos
E a saudade dos amores que já foram destruídos
Foi Deus

Foi Deus que fez o vento que sopra os teus cabelos
Foi Deus quem fez o orvalho que molha o teu olhar, teu olhar
Foi Deus que fez a noite e um violão plangente
Foi Deus que fez a gente somente para amar, só para amar
Só para amar



Compositores: Luiz Ramalho

Letra de Foi Deus Quem Fez Você © Warner/chappell Edicoes Musicais Ltda



LIVROS PARA DOWNLOAD

CLIQUE NA IMAGEM PARA TER ACESSO AO LIVRO CORRESPONDENTE

Imperatriz! Nossa avozinha aos 100 anos de idade.

 PREFÁCIO

 A obra e a vida de José Herênio se confundem. Assim, a obra "Imperatriz, nossa avozinha aos 100 anos", surge da própria vida do autor; não de seus sonhos, de seu imaginário, de suas volições, mas de seu próprio atestado de autenticidade e de seu desejo de transformar as experiências de vida em utilidade e perpetuação, Precisava atravessar as gerações, as fronteiras do tempo, para transformar a história num instrumento de domínio dos que, hoje, vivem e trabalham em Imperatriz. E também dos que amam Imperatriz. 
 Pela convivência mais próxima, e até pela vivencia do tema-objeto desta obra, Herênio dá um sabor social, antropológico, econômico e cultural a esse documento revelador, pertencente ao universo histórico-literário, cuja permanência o tempo confirmará como fonte segura de pesquisa e expressivo apoio e contribuição de primeira ordem ao conhecimento e aos estudos para professores, estudantes e leitores interessados na formação da Vila de Santa Teresa. 
 "Imperatriz nossa avozinha aos 100 anos de idade" é muito do que pode mostrar José Herênio, do muito mais ainda que se em a buscar na dinâmica e da complexidade dessa disputa de interesses opostos, na colonização do Sul do Maranhão. 
Desde as relações comerciais, a vida social nos primórdios, as relações de poder, os hábitos e comportamentos, as formas de ocupação, as manifestações culturais, os empórios econômicos, as lutas impiedosas contra os índios, até alguns registros conflitantes encontrados nos narradores da História de Imperatriz. 
 Uma história, enfim, de nomes, fatos, lutas, contradições, ideais. E de homens. Homens bravos e fortes, uns; cruéis e sem caráter, outros. Todos, porém, marcam as letras, a política, a economia, a educação ou, simplesmente, o modo de viver e os padrões de comportamento.
 
 Este não é um livro de História, por carecer de rigor metodológico e paradigmas científicos, como autentica o próprio autor. No entanto, o conhecimento, o saber e a forma como ele aborda os fatos, os atos e as experiências sentidas e vividas - visceralmente a ele ligadas - atestam a seriedade e a originalidade dessa pequena epopeia. 
 Que ela ajude a iluminar a "alma terna e eterna da velha urbe... A terra dos meus ancestrais".
                 
Liratelma Alves Cerqueira
Cadeira 39 da Academia Imperatrizense de Letras 



Opnião do Dr. Agostinho Noleto   

Foi a junção da condição de imperatrizense dos velhos tempos e o ardor de melhor conhecer, por alentada pesquisa, a saga pioneira e exploratória do belo e desconhecido Rio Tocantins pelo frade baiano, Frei Manoel Procópio, legítimo bandeirante destas bandas do Norte, que resultou neste magnífico trabalho que conta a História da fundação de Imperatriz. 
Ainda sobre a autoridade do autor e seu trabalho de pesquisa, comparando-o com os livros de Edelvira Marques, Adalberto Franklin e Milson Coutinho, a trilogia até então conhecida dos estudiosos e interessados nos fatos históricos que fundaram, conservaram e desenvolveram a cidade de Imperatriz dos tempos modernos, “Imperatriz - nossa avozinha aos 100 anos de idade” completa o quarteto virtuoso da História da cidade. A narrativa digna dos melhores historiadores, que não se atêm apenas na revelação dos fatos, mas vão muito além com julgamento dos aspectos sociais, econômicos, políticos, religiosos e folclóricos.
Os bons leitores devem lançar suas vistas também sobre o passado narrado, e julgar a mensagem contida no texto, de preferência sublimando-a tanto quanto fez José Herênio na avaliação histórica de sua querida Imperatriz.     
O autor revela aos curiosos habitantes de Imperatriz a vida social, econômica, política e religiosa da cidade compreendida entre o ano de fundação, no longínquo 1852, aos tempos advindos com a construção da Rodovia Belém-Brasília. Aí, você, leitor, pode se derramar ainda mais em considerações, para levantar, por construção nascida do seu espírito, a extraordinária edificação socioeconômica e cultural desta nossa cidade.        
Leiam, caros leitores, este livro e reescrevam em sua memória e entendimento, as belas páginas da História de Imperatriz, em companhia segura de José Herênio, ilustre membro da Academia Imperatrizense de Letras.   



Comentários ao livro Imperatriz, Nossa Avozinha, aos 100 anos de idade: 



Para dirimir eventuais dúvidas, o autor enfatiza: 
No texto do livro sobre Imperatriz, estão bem claros alguns fatos que redundaram na fundação da antiga Aldeia ou Vila de Santa Teresa, a saber:

        1.  A denominação Tocantins Superior, deixa claro a existência de um ponto inicial divisório, que "demarca" a bacia do rio, considerando a cidade de Baião, no Pará, como limite inferior a sinalizar aos demais trechos, rio acima;  

        2.  A Expedição paraense ao Tocantins Superior -acima de Baião, em 1849, ocorreu a mando do antigo Presidente da Província do Pará, Jerônimo Francisco Coelho, que almejava a fundação de uma "Colônia Militar de Santa Teresa", nas proximidades da Cachoeira de Itaboca, no Pará;

        3.  Logo após edificada e inaugurada, foi extinta e abandonada pelo advento de sérias adversidades, mencionadas no texto narrado. Com tal fracasso, um segundo objetivo foi buscado: a mando do presidente Jerônimo Francisco Coelho, a expedição chefiada pelo tenente Constâncio Dias Martins e integrada por Frei Manoel Procópio seguiu para reativar o Forte de São João do Araguaia. 


        4.  Entretanto, após encetar a pacificação dos silvícolas Apinagé, desavenças fizeram o ilustre sacerdote abandonar o local da missão e buscar, de modo próprio, os mesmos afazeres na outra margem do rio.

        5.  Por importante, note-se que Jerônimo Francisco Coelho, que fora nomeado Presidente da Província do Pará por Carta Imperial em 7 de maio de 1848, havia deixado o seu mandato em 31 de maio de 1850, quando foi substituído pelo Presidente João Maria de Moraes, até 1º/08/1850.


        7.  Observe-se que no período entre 1850 a 1855, o Pará possuiu vários governantes, a saber: durante um mês e dias - 01/08/1850 a 12/09/1850, governou a Província Ângelo Custódio Correia. Entre 12/09/1850 a 19/08/1852 o cargo foi exercido por Fausto Augusto de Aguiar e, entre 15/08/1852 e 15/08/10/1853 houve o Governo de José Joaquim da Cunha e, finalmente, de 16/08/53 a 14/05/55 o presidente foi Sebastião do Rego Barros. 
 
        8.  Daí carecer de fundamento o relato de eméritos historiadores, quando afirmam, em estampas coloridas, dando destaque ao nome de Jerônimo Francisco Coelho como responsável pela fundação de Imperatriz. Afinal, ao deixar o Governo paraense, em 31/05/1850, Jerônimo Coelho não deixou o menor rastro que o vinculasse à fundação da Aldeia ou Vila de Santa Teresa.


        9.  Registros históricos dão conta que Frei Manoel Procópio e seus seguidores deixaram São João do Araguaia, em seu barco, por volta de 1850. Pelo que se constata, continuou sua missão de conquistar silvícolas, às custas do Governo do Pará, que sempre se mostrou vivamente interessado em seus serviços sacerdotais para a pacificar indígenas, visando segurança e ajuda aos viajantes no beiradão tocantino.

 
        10.  Ao contrário de alguns relatos, o recibo de Côngruas - inserido no texto - constam os nomes, as datas e os valores que os sacerdotes recebiam. No caso de Frei Manoel Procópio, aparece vinculado ao lugar da Missão, O Campo dos Frades. Além constar a data inicial de sua admissão, em 09 de abril de 1949, nota-se que seu vinculo que continuou até o dia 15 de outubro de 1855. Lembre-se que Frei Manoel Procópio notificou à Província do Pará que fundara a Colônia Militar de Santa Teresa, no dia 16 de julho de 1852, quando esta foi recepcionada e registrada como simples Aldeia. Diante disso, não é de se levar em conta grotesca informação, recentemente difundida em livro, segunda a qual, Imperatriz foi fundada por Amaro Bandeira e não Frei Manoel Procópio. Francamente, não merece maiores comentários... 
 

        11.  O Governo maranhense, que reclamara de "invasão" paraense, declarou-se em litígio com o Pará. Entretanto, logo entrou em acordo, daí resultando a edição da Lei maranhense nº 772, de 23 de agosto de 1854, ocasião em que o território fundado integrou-se ao solo maranhense.  


        12.  A Lei provincial maranhense nº 398 de 27 de agosto de 1856, após dar lugar a muitas contendas, oficializou a Vila, Municipio e Freguesia de Santa Teresa de Imperatriz, graças à sanção do Presidente da Assembléia Provincial maranhense Manoel Gomes da Silva Belford, o Barão de Coroatá. O Governo maranhense, em 1856, ouvido o Bispo, fez nomear Frei Manoel Procópio como o primeiro vigário da recém-criada Freguesia de Santa Teresa de Imperatriz. 


 Reconhecimento da Academia Imperatrizense de Letras
( Jornal O Progresso - Imperatriz - MA) 








Mas, quem é José Herênio? Conheçamo-lo através de singelo relato.

Batizado com o nome José - o menino Zeca, ficou órfão de pai na cidade de Marabá, estado do Pará. Quando contava apenas 3 anos de idade, sua mãe também veio a perder o pai e, a seguir, enfermou-se, gravemente. Em 1935 mãe e filho buscaram guarida no seio familiar imperatrizense.

Em 1937, o menor José foi matriculado para dar sequencia aos seus estudos primários e, em 1939, passou a frequentar o Colégio Santa Teresinha, das irmãs capuchinhas. Naquela paupérrima Imperatriz d´outrora, o pequeno "Zeca" enfrentou os mais duros embates para ganhar a vida.

Afinal, era uma cidade-vila que possuía apenas duas ruas: a Rua Grande, atual 15 de Novembro e uma outra metade, apelidada de Rua do Quero, a Manoel Bandeira de hoje. 

A atual Godofredo Viana, por sua vez, era mero aglomerado composto por umas 12 casas e barracões, denominada "Rua de Fora", por ser a porta em que pessoas, à cavalo, adentravam ou saiam da cidade-vila rumo ao "sertão"...

Alvorecia os anos 40... Naquele mar de carências, aos onze anos Zeca tornou-se exímio vendedor de peixes. 

Reagindo ao infortúnio, em 1943, foi convidado a viver em Carolina, onde familiares pelo lado paterno o acolheram Aliás, foi no solo carolinense que o jovem Zeca veio a conhecer as primeiras luzes do progresso.
 
Embora saudoso de sua mãe, foi naquela cidade que, apaixonado por desafios, interessou-se pelas lides da aviação, no campo das comunicações terra-ar, por sinais, através do código de comunicações "Morse". Mas, contrariando expectativas, eis que em fins de 1946 cometeu a "imprudência" de viajar para o Rio de Janeiro, num avião misto para passageiros e cargas. 
Na antiga Capital Federal, uma senhora gaúcha, mãe de um amigo, tripulante da antiga empresa aérea "Cruzeiro do Sul" o acolheu em sua moradia, por uns cinco dias.  


Ao término do prazo, não tendo como retribuí-la pela acolhida, ofereceu-lhe um catecismo "prateado" e um rosário, que utilizara no ato de sua primeira comunhão, na humílima Imperatriz d´outrora. A bondosa Dona Wanda emocionou-se... 

Por alguns dias, Zeca dormiu nas cadeiras de um cinema popular, pouco recomendável. Dias após, para regularizar a situação militar, ingressou na recem-fundada Força Aérea, na condição de praça. Terminado o prazo, em fins de 1949, como era elevadíssimo índice de analfabetos no país, quiseram que continuasse no serviço ativo e fizesse carreira na vida militar. Recusou...

Ao dar baixa,no fim de 1949, assumiu a dificil empreitada de continuar os seus estudos. Seguindo diretrizes do Professor Herbert Spencer, aprendeu que as rádio-centelhas consolidam a solidariedade humana" e, assim, na Escola Edson, especializou-se em comunicações aeronáuticas e deu os primeiros passos na aviação civil brasileira. Transcorria ano de 1951.

 
 Ainda no Rio de Janeiro, no dia 16 de maio de 1951 foi contratado pela empresa de aviação Varig.  Assim, José Herênio passou a residir em Porto Alegre, RS. Certo dia, tripulando pequeno avião, fez sua primeira viagem à Montevidéu. 
Ao chegar à capital do Uruguai, lembrando-se de sua mãe, naquela pobre Imperatriz d´outrora, num dado momento exclamou: Deus meu, o que estou fazendo aqui? Mal sabia que tinha assumido atividades que se transformariam numa longa e importante jornada...  


Mal sabia que se havia enleado numa longa e importante jornada, exercendo atividades técnicas na aviação comercial. Ainda em  1952 fez viagem a Imperatriz a fim de abraçar sua progenitora, apos longa ausência. 


Em decorrência de suas visitas a Imperatriz, para visitar sua mãe, José enamorou-se de Sophia, com quem veio a casar-se no dia 24 de junho de 1956, cujas festividades ocorreram no salão da antiga Prefeitura, hoje sede da Academia Imperatrizense de Letras.
 
Do enlace matrimonial, resultou a geração de dois filhos e 3 netos, em união que já ultrapassa 63 anos. 

Em 1964, submeteu-se à prova de admissão e, junto com os seus pares, passou a frequentar longo dificil aprendizado técnico com um rígido professor austríaco de navegação aérea celestial, que fora contratado, para compor com os demais membros do corpo docente. 

Enleado na volumosa "bíblia" American Practical Navigation - Pub. H. 9; e com o uso de Air Almanaques, tabelas de trigonometria esférica, mapas de navegação, cronometro, Hand Jeppsen Computer, transferidores, compasso e outros, foi considerado teoricamente apto como navegador celestial e, após estafante treinamento, José Herênio foi examinado e aprovado para orientar aeronave nas grandes travessias transoceânicas e transcontinentais.

Na condição de aeronavegante, quando de sua primeira travessia de Los Angeles a Tókio, em meados de 1969, foi na capital nipônica que assistiu a chegada do homem à Lua. Ao visitar o outro lado da terra, recordou sua juventude quando, na escuridão da pobre Imperatriz dos anos 40, apreciava as noites de luar com a garotada e deleitava-se com a atração maior da época, que era ver o "São Jorge lunar", montado a cavalo! Sonhou...

Nas grandes aeronaves B-707 e DC-10, em sua maioria eram travessias noturnas que duravam, em média, 9:30 horas de voo, quando o navegador através de "visadas celestiais", era o único tripulante a saber o exato ponto que aeronave sobrevoava. Comparando com os tempos modernos, há de convirmos: que mudança fantástica!... 

Para cuidar da saúde de sua filha, a hoje veterana médica Maria Regina, José Herênio transferiu-se de Porto Alegre para o Rio de Janeiro, onde se tornou máster no quadro dos navegadores da companhia. 

Passou a lidar como Chefe do Departamento de Rotas da Varig e atuar com destaque na automação da navegação área da empresa, deixando para trás os antigos métodos de navegação celestial, quando foram abandonados de vez os recursos siderais.

Como fruto de destaques, o então navegador Herênio recebeu do Ministério da Aeronáutica o Diploma e a Medalha do Mérito Santos Dumont por Serviços Prestados à Aeronáutica Brasileira.
 
Tal como os demais colegas, ao obter licença de piloto fez intenso treinamento no simulador de aviões turbo-hélice Avro HS-748; preparou-se e assumiu as aeronaves Boeing 707 e DC-10-30, nas linhas internacionais da Varig. 

Nessa jornada na aviação, José Herênio proporcionou a sua família conhecer os quatro cantos do mundo!

Finalmente, veio a aposentar-se em fevereiro de 1987, após 36 anos de serviços prestados à empresa.

 À época, junto com sua dedicada esposa, muito estimularam o seu filho a ingressar no Instituto Militar de Engenharia, onde veio a servir durante 20 anos, atuando como professor. Mestre em Ciências. Formado em engenharia elétrica, o Coronel Engenheiro do Exercito José Vicente serve hoje, em Brasília, como chefe de importante área técnica.

Mais tarde, sua filha casou-se com Cláudio Cravo, de cuja união nasceram três filhos, que se formaram médicos.

  Em 1974, José Herênio voltou aos estudos e graduou-se em Direito. Entusiasmado, Pós-graduou-se em Direito Processual Civil: deu-se à prática forense. 

Porém, diante da duríssima azáfama, o seu velho coração reclamou duramente e teve que parar inebriantes atividades! Foi assim que, tolhido pelo imprevisto, abdicou da cerreira de advogado e, frente a tal condição, entregou-se a afazeres  meramente diletantes. 

Embora tivesse razoável clareza do homem como ser social e animal político, evitou ingressar em grêmios partidários ou exercer nobres funções públicas. Omitiu-se, até mesmo, de atividades mercantis no rico solo imperatrizense. 

Esclareça-se que José Herênio e sua esposa, Sophia não nasceram em Imperatriz, mas são filhos do Sertão Tocantino, descendentes dos que fundaram a antiga Vila de Santa Teresa.

Reitere-re que, em sua messe profissional, teve o privilégio de valer-se de astros e estrelas, corpos celestiais da Criação Maior.
 
No desempenho de sua messe, agora é o autor quem arremata:

Amigos, calçado nas sandálias da humildade, superando a faixa dos nonagenários, lego aos jovens do amanhã, singelos feitos que realizei no passado. 

Saído de longínquo rincão tocantino, em eras priscas, sinto-me feliz por ter feito minha esposa e filhos vislumbrarem o nascer e o poente nos quatro cantos da terra e, ao mesmo tempo, poder estimular os nossos filhos e netos a se graduarem, em bom nível, em favor da sociedade.   

Concepção de Vida:

   Ao sentir o Outono da existência, volto o meu pensamento ao passado e, nessa hora, ao fazer uma retrospectiva sobre minha caminhada, constato que, a despeito de naturais percalços, valeu a pena lutar. Lutar, não apenas em busca de conquistas materiais, porém, acima de tudo, visando distribuir aos meus semelhantes os meus parcos conhecimentos, Afinal, sempre acreditei numa premissa maior, segundo a qual, "feliz é o ser humano que passa pela vida a distribuir a própria felicidade ".
 
  Na era hodierna, em que pese o progresso que alcançamos e os percalços que se contrapõem, alegra-me constatar que os ideais de solidariedade e fraternidade universal não morreram. Neste sentido, temos hoje as asas da Internet a difundir sentimentos.

Cercado pelo carinho da família que constituí, senti-me realizado e feliz por ter vivido 63 anos em companhia de minha saudosa esposa Sophia, que me possibilitou legar à sociedade um belo casal de filhos e três netos e, por fim, ter o privilégio de pertencer ao Sodalício da Academia Imperatrizense de Letras, sempre almejando contribuir para o progresso e a sublimação da alma humana. 

Ao atingir os meus 96 anos de idade, repito o presente texto. Ciente da dinâmica de nosso tempo fugaz,rogo que sigamos irmanados diante da imensidão do tempo.

 Cônscio do dever cumprido, espero que também os meus pares se aprumem para enfrentar o futuro. 
Afinal, há uma "inexorável incógnita” que nos aguarda, diante da imensidão do tempo. 

Através desta singela página, almejo distribuir concórdia, paz, fraternidade e implantar amor no coração da cada um, na tentativa de transformar o nosso existir numa espécie de “carnaval de amizade". Sentado nas ternas barrancas do meu rio", seguirei à dinâmica que se opera na natureza, Onde quer que seja, estarei sempre atento e d´olhos fitos nesse excitante espetáculo: o show da vida! J.H.S.


 - José Herênio de Souza, titular da Cadeira 15 da Academia Imperatrizense de Letras.
 
            www.ovelhodorio.com.br - herenio@uol.com.br

UMA ROSA,

 SOPHIA,

    (In Memoriam).

      Por José Herênio.

   09/03/2019

 

Com extrema dedicação

cedo construí um jardim.

Nele, cultivei manjericão

e u´a linda rosa pra mim.

 

Em tal lida, doei pra vida

tudo o que vim a plantar,

exceto mia rosa querida,

postada num lindo altar.

 

Com ela, fui pela estrada,

sejam dias bons ou ruins;

vivemos nossa jornada,

em busca de querubins.

 

íamos na história da vida,

num cúmplice bem querer,

quando traiçoeiro destino

deu à Rosa, triste partida.

 

Sobrou-me vácuo n´alma

impossível de preencher.

Sigo e tento fincar palmas,

sem raízes do bem querer.

 

Pensativo, andar trôpego,

apraz-me o recolhimento,

Nele, penso, busco fôlego 

pra afastar tal tormento!

 

Noites longas, escuridão,

vejo o romper da aurora.

E, nesse eterno diapasão,

Sophia, minh´alma inda chora!


Share by: